terça-feira, 26 de abril de 2011

Uma criança, como toda qualquer, faz lá sua arte. Pula aqui, corre ali. E dependendo do tamanho do seu atrevimento acaba se machucando, e chora. A criança quando sente dor expõe com seu choro. Chorar é a forma de colocar em melodia o sentimento, o que é sentido, seja lá a dor, o amor, o medo... Mas o choro que já não se vê em olhos amadurecidos é o choro carnal, de tanto que a alma sofreu.
Os adultos, inclui-se também os novos com sabedoria, já deixaram em seu caminho percorrido algo que não puderam fazer, ou que deixaram de fazer. Todos por alguma razão temos uma ferida no cantinho do coração, uma ferida que marca tudo aquilo que não vivemos, as escolhas não feitas acumuladas com o tempo passado. Essa ferida não vai lhe amargurar todos os dias de sua vida, seus hábitos são encarregados de te manter ocupado demais para sentir tal imbecilidade. Porém ela existe, e pode aparecer a qualquer momento com um cheiro remoto, uma lembrança ou com uma recordação...
O fato é, a dor na alma do adulto é tão grande que ele já não sente dor carnal. O adulto não chora por um simples machucado de criança, ele conhece dor pior. Ai é que a ferida bate se tornando uma resistência, não te deixando chorar.
Deixemos de ser adultos de alma árdua. Queira chorar por machucar o joelho, por cortar o dedo, por cair de bunda no chão. Queira uma alma de criança uma alma pequena, leve e nobre. A criança chora fácil, e sorri mais ainda!
Obs. Pensamento imperceptível para pessoas de vida pacata que não param um segundo no ‘’modo manual’’ para se estudar e viver.