domingo, 25 de dezembro de 2011

poesia torta

Anotações de agendas
Não são iguais as do moleskine
nelas eu trago um ar menos eu.

é caneta e papel deveria não ligar
simplesmente só escrever
mas o só escrever me deixa tão só
sozinha, em mim.
Assim.

To sem inspiração, rumo, chão
to sem ar, sem visão
não triste,

talvez
indiferente, descrente.

Esperando isso passar
abstinência, de querer ser
alguém que não seja eu
porque o eu me tortura com o sua implicante solidão.

E a liberdade se resume em viver
com
vodka, uísque, maços de cigarro
maços de cigarro
e sem inspiração.
Quando escrevo, falo, insinuo que pirei
digo serio.
invento minha  poesia, meus versos sem rima
sem sentidos, sem normalidades
sem nada.
Estou em busca do nada?
esse nada existe? Diga-me, por favor!
não tenho sentido, não do sentido as coisas
não consigo
só tenho perguntas, perguntas, perguntas
duvidas, duvidas à esclarecer
mas ninguém vem me ajudar, ninguém vem me olhar
avisar.

estou cega, mas não de amores
nem dores, paixões
estou cega porque não escrevo bem
perdi o dom
(se um dia eu tive um)
perdi a música
o som
mas não perdi a poesia
que mesmo

torta e ruim.
é poesia.
mesmo
doida
é poesia.

só avisem que eu voltarei um dia
pra qualquer lugar
que seja o meu
onde vou me encontrar.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Dia de ninguém


 dia de esquecer o cheiro de bolo de baunilha, bolinhos de chuva, chocolate quente, nas tardes frias de sábado. esquecer a voz aconchegante do vovô com suas marchinhas de carnavais, se envaidecendo da sua velha e boa época, levado pela sua embriaguez.  esquecer os anos passados, que já foram um dia expectativa de materializar sonhos. esquecer como é grande o número de pessoas que conheci comparado ao misero número das pessoas que realmente amo e compartilho minhas alegrias e angustias. esquecer os domingos de parques, bicicletas e grama seca. esquecer o cheiro de frutas silvestres que adoecem o meu coração de vaidade. esquecer cigarros trocados, livros lidos, cervejas em dia de Sol, estudos, pincéis e desenhos, câmera fotográfica, abraços, beijos, lápis e papel... é necessário tirar um dia e ser ninguém, para caminhar sem estilhaços e fragmentos. sem amores e desamores.
Só um dia, esta bom!





quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Musica alta,
os pés estão querendo dançar.
os pés chamam, clamam pra andar urgente
pra sair do lugar
eles tem pressa
Progrida – dizem
Digo o que?
que eles não querem mais o aconchego?
que eles não querem ficar descansando, cansando, enjoando?
que mesmo sem os sapatos de Dorothy pra me ensinar devo partir pra realização?

pés que fogem ...
porque querem a vida sentida na pele, no peito, nos neurônios, nos lábios, no coração, no dorso, na alma, no sangue, no ato...
pra cena não passar em branco.


papel de cigarro amassado, rabiscado.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011




desculpe,
por sermos tão assim,
um com o outro ...


sem perguntas e sem respostas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

sentimentos e liquidificador.



ps. Enderecei a Lua para ti como um presente.
Com ela vêm um imenso laço azul,
cor de saudade.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

dezembro

reflexos narcisistas
reflexos maluco beleza
tantos reflexos tontos, espirais, rumo ao norte
ao norte.
era apenas uma
Menina- Mulher
com lagrimas nos olhos.


- Quem sou eu?- perguntava a menina ao reflexo, vendo-o abstrato
tontos, espirais
quadrados, triângulos
giratorio.
E cores, todas elas, um exagero.
Sem respostas aparentes, falou a si mesma:
- Caminhei hoje, pra não chorar.
 Caminhadas eram tão agradáveis pra não chorar,
e hoje, não são mais tão agradáveis,
porque sei, que quando voltar a ver meu reflexo
eu vou chorar, e lavar os espelhos.


.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Querido amor, que chega a ser sínico de tão querido.
tu que traduzes os grandes poetas
tragas consigo um pouco deles pra cá
Shakespeare, W. Whitman, J. Clare
Vinícius e Chico - ♥
tragas os raros,
os impiedosamente belos,
para que os olhos do meu amor descansem sobre eles.


E se não for pedir muito
Traduz, traduz...

em francês por favor.