quinta-feira, 30 de agosto de 2012

a menina expressou o amor aos ventos
viu-se num jardim de ipê
a menina tem olhos cor de sonho
a menina tem o mundo quando lê.



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

eu tenho amor demais aqui
e não tem espaço pra egoismo, posse...

sou inteira no momento, e não existo na ausência.



domingo, 26 de agosto de 2012

acostumada

Tu vai sair por essa porta mais uma vez...
eu sei, sem tu me dizer.
vai caminhar sem destino, se entrelaçando com seios e costas nuas.
vai beber a dose, os copos, a garrafa.
vai entristecer e ser consolado.
vai cair em neblina, em madrugadas calantes mas nunca em dia de Sol.

eu deveria estar triste, mas estou acostumada.
tu já vai tarde, pra voltar cedo.
nos encontramos de volta daqui um tempo.

não faço perguntas, deixo que tu vá...
nunca vou pedir para que fique.
gosto da tua companhia, só não sei ao certo se quero ela permanente sabe?
está bom assim.

odeio admitir que foi besteira dizer que te amo...


pessoas egoístas, me interessam...

eu não vou gostar de ti,
tu é beleza, tu é paraíso,
flor, claridade....

gosto de pessoas podres e feias por dentro.
(infelizmente)





afronta a inocência de quem os atos dessa mulher?
quem é tão ingenuo pra não cair em tentações?
quem é tão tolo de lembrar sempre do amanhã?


a noite,
um copo de absinto,
e murmúrios confusos sobre tolices presentes...

tudo que tenho.

não espero por um ser que mate uma carência fantasista, 
grande engano de palavras concretas já em bolor.
alimento minha alma com a historia verdadeira, 
de falsário basta o felizes para sempre....



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

quero tu
sem querer...
gosto de tu
sem gostar...

''aspas''

duas almas solitárias
se arrebatam breu a dentro
perdem a noção dos seus fardos
e se doam no momento

paz atordoada
em braços que se entrelaçam
seria carma de tanta loucura
o sentimento o desembaraço

a vida se tem
a alma de dá
e a carne se usa
a razão seca
o desejo aflora
e as mãos se perdem...

esquecem
desaparecem
pra um adeus
quase breve.



domingo, 19 de agosto de 2012

é bacana sair pro bar, escutar um rock'n'roll.
é bacana ver os amigos, papear na embriaguez.
é bacana cantar alto, pular, doideira mil.
sim sim sim, é tudo bacana.

mas hoje vamos ficar em casa, colocar um Vinicius na vitrola e dançar agarradinho?

terça-feira, 14 de agosto de 2012

passando mais um Agosto

tu não me vê. pra ti sou transparência, incolor....
tu não me escuta. eu em ti emudeço...
mas tu me sente, pois aqui estou.
te sentindo,
sendo a tua mulher no presente.
sentindo cada noite que cai confortar.
sentindo cada sorriso valer a loucura.
sentindo cada dose bater.
sentindo cada baseado engraçar.
sentindo cada alma acalmar.
sentindo cada respiração ofegar.

sentindo cada átomo dos corpos encostar.
e tu me condena pelo fato de eu não possuir
as cores do teu passado
o cheiro dos teus sonhos....

não me condene,
deixa acontecer.
de novo,
pra nós não sermos um simples passado.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

sabe o que eu não troco por um delicioso doce de abobora?
o nosso quarto. o nosso momento. eu aqui sentadinha na cama, fingindo que estou estudando e escrevendo sobre nós, e tu ai na frente do computador editando as fotos do teu show. que tu cantou tatuagem do Chico pra mim. adoro teu gosto musical...
olhando daqui, eu amo teu sorriso, que tu dá fingindo que eu não estou te vendo. dá só pra me conquistar mais uma vez. pra me conquistar todos os dias.
não quero tirar tua concentração, que dá vontade, dá. tu é tão lindo. traga, bebe café... traga passa pra mim.
ai, vem logo pra cama, vem? tenho um texto pra decorar, me ajuda baby?
amanhã preciso trocar as cortinas, eu escolho a cor e tu troca.

ah... isso é tentar mais uma vez né?
toca tatuagem...


tem almofada por toda parte, incensos, pufs, luminárias... deito no teu colo, e espero meu carinho vindo das mãos que cheiram Marlboro vermelho. todos se encontram em plena harmonia, comentam, riem, fumam narguilé. eu não comento nada. só quero ficar aqui, quietinha de olhos fechados. em transe de carinho.
despeja esse amor todo em moi.




Desta vez é diferente
tu não vai algemar meu coração e sair correndo.
deixando meu peito em ferida exposta. 




sexta-feira, 3 de agosto de 2012

nua, janela e cortinas abertas, noite, sudoku completo pelo tédio. vida patética pra alguém com duas décadas nas costas. eu sei, deveria estar aproveitando a noite nos bares baratos, com pessoas sujas, e luzes que não são as do meu quarto. sei lá, prefiro minha companhia. prefiro meu moleskine sobre o colo nu.
o clonazepam de hoje já foi tomado. gotas a mais, que a insonia é agressivamente feroz. remédio, alivio instantâneo. decidi não colocar nenhuma gota de álcool pela garganta. dizem que álcool e anti-depressivos não é bom. acredito um pouco no que as pessoas me dizem, me sobrou um pouco de confiança alheia. confesso que um dia sã é cada vez mais difícil.
tô dopada alem do normal, deve ser essa ânsia de curar meu vazio metódico e doentio com remédios demais. pouca luz e meu papel é continuar a escrever sobre coisas que não sei. sobre coisas que o trago do meu cigarro não cura. é essa ansiedade que me mata aos poucos. a ansiedade da vinda que nunca chega.... e me deixa assim, cabelos por pentear, unhas por fazer.
o incenso acabou, enjoei das minhas musicas, e nada anda me agradando, tudo falta numa falta que não preenche nada. é falta.
infelizmente sou sínica, por essa madrugada me admito sínica.
tento todos os dias acordar e ser feliz, e é cansativo, me consome. posso ser infeliz só um pouquinho? o adesivo colado em todos os lugares não me deixa, ele diz ''sorria, você está sendo filmado''... então filma toda essa infelicidade porra!!!!
filma da janela vizinha meu corpo sujo de tristeza e melancolia. filma também o foda-se que eu mando pra essa sociedade que insiste em me enlouquecer com seus padrões. psiquiatria, psicologia, religião, politica.
não nasci santa, nunca fui certinha e não sou uma pessoa má. sou uma mutação diária e enlouquecida. meu libido sexual pode diminuir sim, e eu posso cortar meus cabelos. posso ser magra quanto quero sem ser taxada de doente. me deixa afundar nessa fossa sozinha, não precisa me dizer que isso é fase, eu sei e que vá a merda. deixe-me aqui. afinal, é normal né, a vida não são só flores tanto que ela cheira poluição. a minha vida é uma carne ambulante com mente de artista que me afoga e me trás o ar esporadicamente.
meu estilete, só serve pra descascar as unhas, não corto nada, nenhum papel, nem mesmo a carne. bloqueio criativo sabe? empaquei minha arte. e como de praxe sempre vou procurar a culpa, pode ser a energia negativa das eleições que estão chegando, ou o café amargo que tomei pela manhã, ou a falta de álcool.


provavelmente seja, mais um dia sem você.




quinta-feira, 2 de agosto de 2012

acreditar no amor hoje em dia?
tão banal mocinha!
os desconhecidos são mais atraentes.
as noites, o absinto, o cigarro.
companhia pra quê?

pra que amar nos dias de hoje mocinha?
é tudo tão clichê.
o desejo é morto em homens que te despiram
e não tiveram a integridade de te cobrir....
cobrir teu ventre. (que mamãe dizia ser sagrado)
pecado sim é moderno,
nonsense...

amor é caretice.
pele de piranha é mais bacana