terça-feira, 30 de julho de 2013

não entendo tu, mas repito diariamente que te amo. se tu largasse só um minuto dos seus pensamentos corrosivos e inflamados e lembrasse de mim. do quanto eu fiz e faço para te mostrar que sou eu. olha essa minha insistência cotidiana. larga o jornal e deixa o café de lado. pensa em nós, sem peso, sem dor.
enquanto tu me abraçava do lado externo do museu, eu usava o pretexto de arrumar seu cabelo mas estava apenas afofando os cachos, fazendo cafuné. tu dizia para tirarmos uma foto, pois era importante retratarmos as nossas faces felizes. não tiramos. nunca tiramos. na verdade uma só, entre amigos.
sem fotografias, tento eterniza-lo em escritas resquiciosas.
minha vida bastou por ser feliz ali, amo tu imensamente porem sofro com a ida que nunca chegou a ser vinda.
uma ida sem meu consentimento.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

esteja pronto
para agradecer
pois o mundo
há de se mover.
o que tu pensa
quando me olha passar
balançada
com a tua presença?

Vê angustia?
nos olhos de não te ter.

Ou vê o amor?
a vontade dele florescer.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

quanta poesia
cabe
em uma garrafa de
vinho barato?
escrevo coisas
corriqueiras
para as pessoas
que levam rasteiras
terem a quem se identificar.

mudanças para pior
tenho asco
do seu novo azedo
que masco
masquei
e mascaro.
que encaro
na porta
do seu presente
como despedida
perdida
em lamentos
repito
- tu não é mais o mesmo.
como se
adiantasse
como se
por milagre
tu mudasse
e voltasse
a ser meu
amado
o que perdi
em medos
num estalar
de dedos.

terça-feira, 23 de julho de 2013

dos meus ataques psiquiátricos
sai ilesa.
ser hipocondríaca
não conta
como consequência.
amor?
traz um base
traz um saque
traz uns carinhos
traz uns beijinhos
traz uns abraços
traz uns amassos

e por fim
traz um amor
pequeno,
que caiba no meu quarto
verdadeiro,
que se doe por inteiro.
Frio, frio. Passei os últimos dias congelando. Com preguiça de sair das cobertas. Com preguiça de produzir, fazer algo que ocupe minha mente um instante. Mas a preguiça não me dá tempo e faz eu me acomodar na melancolia cotidiana. Nos momentos a fio sem sair da minha própria cabeça, pirando.
Pirando, pirando. Passei os últimos dias alucinada. Com a mente de saco cheio e eu colocando mais merda de informações possíveis. Aderindo mais filosofias, lendo outras percepções.

 não sei se estou em um contexto, não sei quem sou. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

meu coração envolto por uma tristeza.
coração partido, pedacinhos ao chão.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

pra ti que amei

Te quero como alguem que nunca vejo
Te quero como alguém que tem seu caminho e não me força a tomar decisões.
Te quero como alguém que nunca da o ar da graça e que raramente telefona.
Te quero como alguém que me esqueceu mas vez ou outra sente falta dos meus lençóis.

te quero como alguém que não vem mais.
nem corre atrás.

sábado, 13 de julho de 2013

Olha-me
vê que agora sou sua
chama- me
de minha...
esquece
que sou errônea

padece
que esse amor maldito
só machuca
bendito!




quinta-feira, 11 de julho de 2013

Gostar

faz gostar,
faz desorganizar
faz emprestar
faz inquietar
faz acalmar
faz sentir
faz apreciar
faz almejar

faz o tempo voar.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Cheiro de café
me descubro das cobertas
e olho tu em pé
parado me olhando
com duas xícaras na mão
e um bom dia cantarolando.

traz café, bom dia e sorriso
senta-se comigo
para tomarmos café juntos
no nosso abrigo.

me vem um pensamento
em um momento silencioso
de que melhor que café
é tu meu gostoso.

me denga, me mima
me faz cafuné
me beija, me abraça
com toda a graça
que seu conforto me dá.

no nosso ninho
infinito carinho
café até gelou
e o nossa vontade esquentou.
Nas gavetas há paixões não curadas.
Sentimentos em aberto.
Planos interrompidos.

Não passo de recordações frustrantes.
Aborto de melhoras.


Uma degradação trivial.



segunda-feira, 8 de julho de 2013

de conversas

Ele escuta vinil
toma sua breja
ela fuma seu base
e o tempo rasteja.

demora a passar três míseros dias
que agonia
essa ansiedade
que antes era calmaria.

ela anseia o ver
para crer
que sem propósito
palavras saíram do deposito
e ficaram expostas
perguntas sobre gostos
e semelhantes respostas.

Boa noite
descansando os olhos dos óculos ele fala
e as três da madrugada vira a hora que cala
hora de descansar, hora de dormir
para num longo dia de amanhã
pararem ambos para sorrir.


Doce bar

Procuro seu rosto entre as pessoas embriagas. levanto os pés para achar com mais facilidade. mudo de lugar enquanto penso em desistir. penso porque são quatro da matina e tu ainda não chegou.
não sei se foi a vodca que bebi. os entorpecentes que usei. os remédios que tomo sem controle. a espera. ou tudo misturado.
só sei que estou esgotada, cansada, exausta.

mas as quatro e cinco tu e uma antiga predisposição anímica resolvem chegar.

como sempre, junto com o final.
final da bebida, da musica, da festa e do desejo...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

...

( ) depreciação

Roda vinil

o samba da noite
a lembrança dos copos
das caricias
da malicia
de menina.
dos olhares e gentilezas
do gingado a leveza.

 a beleza
do momento
apegado
ao seu tempo.

agora só nostalgia.



03/07

hoje você o ama de paixão. hoje tu tem vontade de se casar com ele. hoje você quer ter um casal de filhos e adotar mais um indiano. hoje você sonha em ficar com ele para sempre. hoje você tem vontade de gritar para o mundo inteiro a imensidão do seu amor. hoje você quer apresentar ele como seu homem a todos. hoje o seu amor é eterno.
e amanhã?
amanhã ele não vai te dar atenção o dia inteiro, porque o jogo do time dele passa as 4h. amanhã ele vai deixar a toalha molhada em cima da cama. amanhã ele tem futebol com os amigos e não vai poder almoçar com você. amanhã ele vai esquecer a tampa da privada levantada. e depois de amanhã, e depois...


relacionamento é uma prova diária, não existe promessas que o sustente.

terça-feira, 2 de julho de 2013

noite sem data

distraída, porem no fundo esperava sua vinda pelos cantos – frequentamos o mesmo buraco, tu freneticamente e eu contando os dias uteis da semana. logo te vejo, no susto me bate a euforia. a empolgação de encontrar meu bem querer e emudeço. tu vem, e num quase ato de atropelo me fogem as palavras convencionais ‘’oi, tudo bem?’’. respiro. reticências. dois segundos de abraço. sua fuga de meus olhos pela única porta posta perto. fugaz para não perder o costume. foi-se com o cabelo bagunçado que é particular do meu relicário. solitário e ermo.
a noite rasteja ao som de Tom Jobim numa merda de versão pop rock. aquele lugar, o mesmo de sempre não parecia tão mais o mesmo. desovaram uma raça pré-playboy por lá. mas não me incomodava tanto quanto o meu olhar disfarçadamente procurando o seu. tempo parei no bar, dando gargalos em bebidas distintas. tempo parei no fumódromo, roendo unhas e tragando maços.

acontece que, vou embora agora. 


minha poesia

minha poesia tem nome,
tem endereço,
tem telefone.

minha poesia gosta de banana com mel,
de estampas coloridas,
e de apontar laser para o céu.

minha poesia gosta de moleza,
de cigarro natural
e cerveja na mesa.

minha poesia anda de anéis nos dedos
rock no fone,
e modernos adereços.

minha poesia é aquele que me ama,
me beija, briga
e reclama.

Haikai

com Rolling Stones
a ruptura da caretice
acontece.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

samba

- dedico essa ao Zé.

escuta-se o som de Deixe a menina - Chico Buarque vindo da voz da interprete.
a moreninha corre pro meio do salão derrubando sua cerveja pelo caminho. o rapaz quieto do canto mostra que tem samba nas veias e solta seu gingado.  logo se vê que todos estão dançando. Até a moça do bar mexe seus ombros junto com a musica. as pessoas estão alegres, cantantes e suadas. mulheres do samba com infinitas cores nas saias. homens do samba com infinitas malicias. coisas acontecem...

 e o Zé está no fumódromo.